quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Batateiro com cara vermelha e barquinhos de papel em dias de chuva.



Sábado cedo: parada na banca do batateiro para olhar suas bochechas vermelhas e um pedido: 2 kg de batata boa para inhoque, bem sequinha.

Domingo cedo: Num canto da mesa a bacia com batata cozida amassada, farinha de trigo, sal, um pouquinho de manteiga e gema de ovo. No centro a cobrinha de massa que vai se transformando em inhoquinhos cortados com uma faca cujas costas, logo depois, os empurra para o outro canto da mesa, coberto com uma fina camadinha de farinha para que terminem de secar. As pontinhas das pecinhas de massa desapareciam e os inhoques ficavam retangulares, mas com as pontas redondinhas.


Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo: Saudade dos dias de chuva na rua Padre Adelino, agachado na porta da venda do meu Avô, fazendo, empurrando e vendo seguirem pelo meu mar de menino barquinhos de papel, enquanto minha Avó na cozinha modelava do jeito acima os inhoques, e o molho de tomates borbulhava na espiriteira para ser testado solenemente pelo meu Avô quando devorava um pedaço de pão do Carillo nele mergulhado.

Onde terão ido parar os meus barquinhos?

Receita:
1 kg de batata asterix cozida e amassada
100 g de farinha de trigo (aproximadamente)
1 colher (rasa) de sopa de manteira
1 ovo (uso somente a gema)
sal a gosto

Processo: a batata deve ser amassada quente, mas utilizada somente depois de fria. A massa, com essa proporção de 10 para 1 (batata = farinha), fica bem úmida e, por isso, é necessário acrescentar mais farinha (a olho) no momento e para viabilizar a modelagem.