segunda-feira, 15 de julho de 2013

Finalmente as fotos das primeiras peças de papel marchê, a aceleração de processos de secagem das peças e um paralelo com uma reflexão sobre a maturação das coisas e um brevíssimo comentário sobre o significado da palavra "prontidão" no contexto da pedagogia waldorf.

Sábado voltei a trabalhar com o papel marchê, na verdade com a intenção de acelerar o processo de secagem das peças que eu havia moldado na quinta à noite. Eu mesmo me acho uma pessoa estranha. Relativamente a algumas coisas me curvo diante da necessidade de esperar que o tempo faça seu trabalho, juntamente com as entranhas do ser e sua vida, para tornar maduras as criaturas e suas relações, mas em relação a outras eu quero acelerar os processos, fazer com que tudo esteja pronto antes do tempo normal.

Essa palavra, "prontidão", eu aprendi quando meu filho mais velho estava em processo de avaliação no final do jardim de infância, para ingressar, ou não no grau, no 1º ano de sua vida escolar, significa "estar pronto". Em uma escola waldorf, especificamente nesse momento em que a criança se aproxima do final do seu 1º (primeiro) setênio de vida, a jardineira, ou seja, a professora de jardim da infância, o observa para verificar se ela term ou não prontidão para iniciar sua vida escolar e essa avaliação faz todo sentido para mim: de que adianta ensinar a criança a ler, escrever, fazer contas, decorar coisas se ela não se encontra madura o suficiente para que esse saber viva naturalmente dentro dela e seja transformado em contúdo efetivo, na hora certa?

De fato entendo que não é preciso fazer uma criança acumular conhecimentos conceituais muito cedo. Basta observar o próprio corpo físico dos pequenos para constatar que, assim como na natureza em geral, os primeiros anos exigem que as forças que encontram-se trabalhando para o desenvolvimento daquela individualidade estejam concentradas nesse invólucro físico e, além disso, também sinto ser absolutamente natural a máxima repetida na pedagogia waldorf que no primeiro setênio precisamos criar condições para que a criança sinta que "o mundo é bom", de forma que ela adquira confiança nesse mundo, na vida, nas pessoas, nas relações e, para tanto, um intenso trabalho intelectual pode expor a criança a uma solidão e uma carga de responsabilidade e individualismo desnecessária e, porque não dizer, prejudicial. Acredito de fato que a prontidão precisa estar bastante clara para uma criança iniciar seu processo de alfabetização e de recepção de informações e conteúdos, seja qual for o "método pedagógico" empregado.

Fui capaz de aguardar que cada um dos meus filhos estivessem prontos para irem para o primeiro ano, e nenhum dos dois foi alfabetizado antes dos 7 anos, sendo que, na verdade, o processo de alfabetização deles só foi encerrado lá pelo 9º ano de vida deles e, ao contrário do que muitos imaginam, hoje com 21 e 16 anos, ambos lêem e escrevem muito bem, e não apresentam qualquer déficit de conteúdo ou aprendizado, mas não sou capaz de aguardar a secagem de peças que modelo ou pinto, tendo o hábito de acelerar pintura com secador de cabelos e, nesse caso de modelagem com papel marchet, queimando as peças no forno elétrico caseiro. Sábado coloquei as 3 peças que havia moldado no forno, saí para comprar pão e, quando cheguei a faxineira havia desligado o forno quando percebeu a fumaça. Perdi as peças. De fato não tenho conhecimento, e se alguém souber, por favor me fale, se a técnica realmente prevê a secagem, ou "queima" das peças com a utilização de calor ou se devem secar ao natural. O fato é que perdi 3 peças torradas no forno. Nesse post as fotos que eu havia prometido, da fruteira e do suporte para velas.

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